Fábio Gomes/Foto – Reprodução: Instagram/@professor_badminton_
Na base da força de vontade e da paixão pelo esporte, Fábio Gomes Rocha encontrou no badminton mais do que um projeto social ou uma atividade extracurricular: enxergou ali uma oportunidade de negócio. Criador do Badminton ZN, mostra que, com organização, é possível tornar o esporte financeiramente sustentável, mesmo longe dos holofotes e sem grandes investidores.
Formado em Educação Física e servidor da Prefeitura de São Paulo desde 2012, Fábio teve seu primeiro contato com o badminton assistindo às finais olímpicas entre Lin Dan e Lee Chong Wei. Intrigado pela dinâmica da modalidade, começou a aplicar aulas em um CEU, improvisando redes com cadeiras e barbantes. Com o tempo, buscou formação, fez cursos da CBBd e da BWF e se tornou treinador.
A virada de chave: do Instagram à quadra
A partir de uma foto postada ao final de um curso, um seguidor o procurou interessado em aulas particulares. A conversa evoluiu e com a ajuda desse primeiro aluno, Fábio alugou uma quadra em São Paulo, arriscando tudo o que tinha no banco. Foi o nascimento do Badminton ZN, que hoje atua em duas unidades, uma na Vila Nova Cachoeirinha e outra em Santana.
Modelo sustentável: badminton fora dos ginásios
Fábio é direto ao falar do lado financeiro. O Badminton ZN ainda não é sua principal fonte de renda, o cargo na prefeitura garante essa segurança, mas o projeto se mantém com autonomia. “Cada unidade se sustenta sozinha. Meu objetivo é sempre empatar o jogo, de uma maneira que o custo benefício seja bom para os alunos”.
Com cerca de 30 alunos por dia, Fábio também organiza eventos como festivais internos e aposta em rifas para levantar recursos. “É tudo com muito pé no chão, mas conseguimos fazer. Às vezes, um pai e uma mãe vão ver a filha jogar e acabam se matriculando também. É uma maneira de trazer mais para o projeto.”
Em busca de apoio e expansão
Consciente da dificuldade para conseguir patrocínios e da necessidade de ampliar o alcance do projeto, está estudando maneiras de como apresentar o projeto para futuros interessados em ajudar. “Estamos produzindo um documento para ir buscar patrocínios. Você precisa apresentar números quando você vai conversar com esses caras não tem jeito”, admite.
Além das aulas regulares, Fábio também realiza clínicas em unidades do Sesc e reforça a capacidade inclusiva da modalidade: “No badminton, todo mundo participa. O atleta está sempre em movimento, com a raquete na mão. Isso é diferente de outros esportes em que nem todos tocam na bola.”
Sonho maior: formar pessoas, não só atletas
Mais do que criar campeões, o maior sonho de Fábio é usar o badminton como ferramenta de transformação social. “Não quero ser lembrado por títulos. Quero ser lembrado como alguém que inspirou outros e ajudou crianças a saírem das ruas. Se eu deixar esse legado, valeu a pena.”
Confira o Resenha Badbrothers com Fábio Gomes, a seguir:
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João Pedro Camacho